Brasil Negro - pesquisa de  ROSANGELLA QUEIROZ

 

 

O BRASIL NEGRO

?Um dos maiores países mestiços do mundo, o Brasil foi gerado também em ventre escravo? (Bueno, Eduardo in Brasil: Uma História, p. 119).

?No porão dos navios negreiros que por mais de trezentos anos cruzaram o Atlântico, desde a costa oeste até a costa nordeste do Brasil, mais de três milhões de africanos fizeram uma viagem sem volta, cujos horrores geraram fortunas fabulosas, ergueram impérios familiares e construíram uma nação.? (p.112)
?A mais antiga referência à importação de africanos para o Brasil é encontrada num documento escrito em São Vicente, em 3 de março de 1533, no qual Pedro de Góis pede ao rei ?dezessete peças de escravos, forros (livres) de todos os direitos e frete que soem (costumam) pagar. Em 1539, Duarte Coelho repete o pedido, insistindo na isenção de impostos. Pelo alvará de 29 de março de 1559, o rei D. Sebatião decidiu, enfim, ?fazer mercê àqueles que tinham construído engenhos no Brasil?, permitindo-lhes ?mandar resgatar ao rio e resgastes do Congo e trazer de lá para cada um dos ditos engenhos 120 peças de escravos resgatadas à sua custa? (p115). Dava-se início ao tráfico em grande escala.
Embora muitos historiadores do séc. XIX tenham limitado a procedência dos escravos vindos para o Brasil, já se admite que diferentes povos das mais diversas regiões do continente africano tenham aqui desembarcado.
Há indícios de que os povos da costa ocidental africana tenham sido os que primeiramente aqui chegaram, mas logo o tráfico adentrou ainda mais o continente africano em busca da mão-de-obra que constituiria o Brasil.
?no Brasil, os escravos(...)foram os olhos e os braços dos donos de minas; foram os pastores dos rebanhos e as bestas de carga; foram os ombros, as costas e as pernas que fizeram andar a Colônia e, mais tarde, o Império. Foram o ventre que gerou imensa população mestiça e o seio que amamentou os filhos dos senhores.?(p.118-119)
Entre os povos africanos que aqui chegaram havia inúmeras diferenças desde as físicas até os dialetos e outros aspectos culturais e, erroneamente, muitas vezes pensamos nos escravos como de uma só vertente.
Vieram sudaneses: iorubas, jejes, minas, hauças, tapas e bornus;os Niam Niam, os Mangbatu, os Kanembu, os Iorubas e muitos outros. Vieram dos Congos, Cabindas e Angolas, de Cacheo e de Bissau, de Moçambique, da Senegâmbia, da Guiné Portuguesa e das ilhas Príncipe, Ano Bom, São Tomé e Fernando Pó. Tinham cabelos crespos, enrolados, lisos ou ondulados, tinham pele de diferentes tons, pardo-claro, pardo-escuro, avermelhado, amarelado, preto retinto.
Porém, muito além das heranças físicas, que Freyre afirmava não explicarem ?inferioridades ou superioridades humanas?, temos a herança de antropologia cultural e de história social africana.
?O Brasil não comeria o que come, não rezaria como reza, não dançaria e cantaria como hoje canta, dança, reza e come não fosse a riquíssima herança cultural trazida pelos 4,5 milhões de escravos vindos da África sob as mais árduas condições e, por mais de três séculos, jogados nas praias, florestas, morros e cidades do Novo Mundo. Embora o nordeste tenha sido a área que recebeu maior influência dos povos africanos, não há um só lugar do Brasil ? nem mesmo os predominantemente europeus estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul ? que não tenha sido transformado pelo legado da cultura negra.?(p.120)
Como disse o Padre Antônio Vieira, ainda no séc. XVII:
?O Brasil tem o corpo na América e a alma na África?.
 
negros: capoeira‏
 

 

 

Capoeira = Palavra Indígena = "mato ralo".

Era no mato ralo que os negros treinavam essa dança-luta durante muitos séculos. A Capoeira surgiu no Brasil no período da escravatura como uma forma de defesa, de resistência e de luta. Nos poucos momentos de descanso, os negros praticavam golpes de luta para se defenderem.

Instrumentos - feitos por eles mesmos a partir de cascas de frutas, barbantes, arames etc. O berimbau era utilizado como instrumento musical e também para transmitir sinais quando havia perigo. Quando se aproximava uma pessoa estranha nos momentos de em que praticavam a luta, o berimbau era tocado e os negros passavam a simular uma dança com movimentos acrobáticos.

Com o tempo passa a ser conhecido como dança pela beleza dos movimentos e habilidade dos gestos que os negros eram muitas vezes chamados a apresentar nas festas dos patrões e donos das fazendas.

Capoeira - possibilitou aos negros que se formassem nos quilombos a resistirem por muito tempo contra as inúmeras tentativas destrutivas das autoridades e fazendeiros. A coragem, a rapidez dos gestos, a flexibilidade do corpo, a habilidade dos golpes de pés e mãos foram instrumentos de defesa dos negros. A história mais conhecida é a dos guerreiros do Quilombo dos Palmares que resistiram durante mais de um século contra as várias tentativas de destruição por parte das autoridades locais e da Corte Portuguesa.

Zumbi, o rei negro do Quilombo dos Palmares, que comandou um dos maiores redutos dos negros fugidos da escravidão, é considerado o primeiro Mestre de Capoeira.

Durante muitos séculos a prática da Capoeira foi proibida pelas autoridades governamentais. A Capoeira foi mantida pelos negros como uma dança e também de defesa, sendo recuperada e organizada por Mestre Bimba (Manoel dos Reis Machado), Mestre Valdemar da Liberdade, Mestre Pastinha, Mestre Traíra, Mestre Totonho da Maré, em meados do século XX, para ser uma prática de esporte e de formação, jogando nas ruas e nas praças, ensinando crianças e jovens.

A Capoeira foi, assim, criada pelos africanos como instrumento de defesa e de luta pela sua liberdade. A transmissão do aprendizado e dos ensinamentos da Capoeira se realizou pela transmissão oral de geração para geração, de capoeirista para capoeirista.
 
a religião dos escravos‏
 
A Religião dos Escravos
Os escravos africanos eram proibidos de praticar suas várias religiões nativas. A igreja Católica Romana deu ordem para que os escravos fossem batizados, e eles deveriam participar da missa e dos sacramentos. Apesar das instituições escravagistas e da igreja, entretanto, foi possível aos escravos, comunicar, transmitir e desenvolver sua cultura e tradições religiosas. Houve vários fatos que nos ajudaram a manter esta continuidade: os vários grupos étnicos continuaram com sua língua materna; havia um certo número de líderes religiosos entre os escravos; e os laços com a África eram mantidos pela chegada constante de novos escravos.

Desde o começo pais e mães de santos buscavam reafricanizar a religião. Isto foi possível em parte, por que a rota dos navios entre a África e o Brasil conservou viva a conexão entre os povos. Isto continuou mesmo depois da abolição da escravatura em 1888. Escravos libertos que puderam viajar para as áreas iorubás foram iniciadas no culto dos orixás e então, ao retornar ao Brasil puderam fundar terreiros e revitalizar a prática religiosa.

A partir da segunda metade do séc. 19, surgiram grupos organizados, que recriavam no Brasil cultos religiosos que reproduziam não somente a religião africana, mas também outros aspectos da sua cultura na África. Nascia a religião afro-brasileira, primeiro na Bahia, conhecida como Candomblé, e depois pelo país afora, recebendo nomes locais como Xangô em Pernambuco, tambor-de-mina no Maranhão e batuque no Rio Grande do Sul. Os principais criadores dessas religiões foram negros de nações Yorubás ou nagôs, especialmente os provenientes de Oyó, Lagos, Queto, Ijexá, Abeocutá e Iquiti, os das nações Fons ou Jêjes, sobretudo os mahis e os daomeanos, e os Bantos de Angola e Congo. Os ritos se desenvolveram na Bahia, em Pernambuco, Alagoas, maranhão, Rio Grande do Sul e, posteriormente no Rio de Janeiro e mais tarde em São Paulo.

As religiões afro-brasileiras ainda carregam os efeitos de sua interação com outras tradições religiosas, especialmente o catolicismo. Os Orixás, Voduns e Inquices, foram justapostos com santos católicos e o interior dos terreiros possuía numerosos elementos católicos, incluindo estátuas de santos, enquanto os objetos religiosos africanos eram escondidos. As religiões afro-brasileiras eram proibidas , e os terreiros eram freqüentemente visitados pela policia. Por isso seus participantes deviam sempre buscar caminhos para fortalecer a aparência católica dos orixás e dos terreiros. O sincretismo se tornou assim estratégia de sobrevivência por um longo período

 
 a lingua dos escravos negros‏
 
Àgùnfon: idioma Iorubá (Yoruba)
A palavra àgùnfon vem de: àgùn (longo) e fon (som fino, estreito)...
A língua iorubá é falada no Benin e por grupos étnicos autóctones da Nigéria – onde existem mais de 200 grupos étnicos, sendo as principais etnias: haussás (norte), fulanis e iorubás (oeste), ibos (leste).
A língua mais falada no Candomblé, no Brasil, é o iorubá. Exemplos de palavras da língua falada no Brasil são fé, acarajé, jabá (carne-seca) e axé.
Mas há mais palavras de origem Bantu em português como cafuné, dengo, calango, macaco, canjica, samba, inhaca, jiló, ginga, moleque, xodó, zangado, zum-zum. Isso porque na época da colonização os grupos bantu eram mais numerosos no Brasil.
Algumas expressões úteis (não tenho certeza de ser em iorubá ou se é em fongbe, do Benin):
Kouabo – bem-vindo
Afondagbéa – bom dia
Dogbè – boa noite
Odabo – até logo
Nabiwè – quanto custa este produto?
Kunawo – obrigado

O PORTUGUÊS E AS LÍNGUAS AFRICANAS

Nina Rodrigues, a primeira a estudar as línguas e dialetos africanos no Brasil, afirma que as línguas africanas faladas no Brasil sofreram grandes alterações, já com a aprendizagem do português por parte dos escravos, já com a língua africana adotada como língua geral pelos negros escravos.
Bantu é um conjunto de mais de 400 idiomas pertencentes a família de línguas Niger-Congo. São falados idiomas Bantu em todos os países da África ao sul do Saara. Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas falem os idiomas Bantu.
O contato entre a língua portuguesa e as línguas africanas no Brasil não chegou a produzir uma língua crioula estável (como ocorreu nas Guianas e no Caribe, onde a língua crioula é oficial), mas promoveu uma série de mudanças nas variedades de língua portuguesa faladas no país, sobretudo nas camadas populares da zona rural.

LÍNGUAS AFRICANAS NO BRASIL

A presença de línguas africanas no Brasil está diretamente associada ao tráfico de escravos que, por mais de três séculos sucessivos, de 1502 a 1860, introduziu no país por volta de 3.600.000 africanos, de origens diversas:
  • Sudaneses da região situada ao Norte do Equador (ciclo da Guiné, século XVI).
  • Bantos ao Sul do Equador (ciclo do Congo e de Angola, século XVII).
  • Sudaneses da Costa Ocidental (ciclo da Costa da Mina e ciclo da baía do Benin, início do século XVIII).
  • No século XIX, chegam escravos de todas as regiões, predominando os originários de Angola e Moçambique.
Não se pode precisar o número das línguas que aqui chegaram, mas sabe-se que na área atingida pelo tráfico são faladas por volta de 200 a 300 línguas, uma pequena parcela do conjunto lingüístico africano que conta com mais de 2.000 línguas.
No século XX não se localiza nenhum registro sobre línguas africanas plenas no Brasil, visto que desde o final do século anterior elas passam a manifestar-se como línguas especiais, utilizadas como códigos por grupos específicos, seja como língua ritual nos cultos afro-brasileiros, seja como língua secreta marca de identidade de descendentes de escravos, em comunidades negras, os Quilombos.
As línguas africanas, marcadas pela ruptura causada, pela ecravidão nas Américas, encontraram-se, no Brasil, com outros contatos lingüísticos com o português, as línguas indígenas e outras línguas africanas, ocorreram de forma diferenciada, nas diferentes épocas e nos diferentes ambientes (urbano e rural).
Dominava-se nagô ou anago a um povo do reino de Queto, na África Ocidental, em uma região atualmente localizada no Benin, de onde vieram numerosos africanos escravos para o Brasil.
A língua usada nos cultos afro-brasileiros considerados nagô não corresponde, a uma língua africana conservada na sua pureza, uma vez que as comunidades afro-brasileiras foram constituidas por povos de etnias, línguas e dialetos diversos como jeje, ijeja, mussaramin (malé),dentre outros.
Vale lembrar que outras línguas são usadas nas religiões Mina e Congo-angolanas no Brasil e elas são referentes as línguas dos povos que predominaram nas localidades onde, hoje, essas religiões são praticadas, especialmente em São Luís do Maranhão e Rio de Janeiro. Essas outras línguas de uso religioso passaram por processo de transformação semelhantes e não são puras línguas africanas.
Ao longo do tempo estas línguas transformaram-se. Enquanto os descendentes dos africanos que vivem no Brasil usam estas línguas, os povos africanos, sob a influência de seus vizinhos e dos colonizadores europeus, tiveram as línguas locais mudadas sobre outras circunstâncias.

A PRESENÇA DAS LÍNGUAS AFRICANAS NO BRASIL HOJE

Os cultos do Candomblé das diferentes nações (Nagô-quetu, Jeje, Angola) utilizam diversas línguas: iorubá, em todos os cultos e principalmente na nação Nagô-quetu, Ewe-fon, nos cultos Jeje, Quimbudu e Quicongo.
No candomblé de Angola, no Maranhão, no Tambor de Mina, há um misto de língua Mina-nagô.
Nos cultos de Umbanda, religião brasileira formada do encontro de cultos africanos e tradições indígenas com o espiritismo e o catolicismo, fala-se português brasileiro “popular”, com vocabulário particular, próprio das “entidades”.
As línguas africanas, utilizadas hoje ritualmente, mantêm-se como veículo de expressão dos cânticos, saudações e nomes dos iniciados, principalmente, podendo também servir como meio de comunicação entre alguns adeptos da mesma comunidade de culto.
Contribuição: https://websmed.portoalegre.rs.gov.br/escolas/montecristo/raca06.htm

Contribuição de “Baba Ogunjimi” – Adekunle Aderonmu, Presidente do Centro Cultural Africano (13/06/2004)
Centro Cultural Africano
Rua Gaspar Ricardo Jr., 112 (travessa da Marques de São Vicente – Metrô Barra Funda)
Barra Funda – São Paulo – CEP: 01136-030
Tels.: (11) 3392-7228 / 3392-6123 / 95002856
culturalafricano@centroculturalafricano.com.br – https://www.centroculturalafricano.com.br/
 

 

 

a dança dos negros escravos‏

 

 

 

Música negra

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

 

A música negra ou black music (também conhecida como música afro-brasileira no Brasil e música afro-americana nos Estados Unidos) é um termo dado a todo um grupo de gêneros musicais que emergiram ou foram influenciados pela cultura de descendentes africanos em países colonizados por um sistema agrícola baseado na utilização de mão-de-obra escrava (plantation). É comum em toda a América, onde o uso de mão-de-obra escrava negra foi amplamente utilizada. As músicas tribais africanas foram trazidas pelos escravos para os países americanos, onde se mesclaram com outros ritmos europeus, formando novos gêneros musicais.
Gêneros
 

 No Brasil

Nos Estados Unidos

Artistas

 Representações na mídia

 Cinema

 Teatro

 
 

 
 

Danças afro-brasileiras

baiano/ baião-de pares
bambelo ou coco-de zambê-de roda bate-baú-de roda
batuque-de-fileira
calango-de-pares
carimbó-de-roda
caxambu-roda
frevo-individual
jongo-de-roda
lundu-de-pares
macunlelê-de-fileira
mineiro-pau-de-pares
pagode de amarante de fileira
partido-alto-de-roda
samba-de-roda
tambor-de-crioula-de-roda.


 


 


 

 

O tipo de Angola

Veio da Angola e foi trazido pelos escravos negros como passatempo. Seu modo de dança é muito detalhista onde os movimento são efeitos lentamente com um ritmo bem devagar.
Regional
Este foi adaptado pelo brasileiros sendo assim o mais praticando hoje em dia. Seu modo de dança é mais agressivo, sendo comparado muito mais com uma arte marcial do que uma dança.
Capoeira
Tudo começou com uma dança da zebra.
A palavra capoeira não é Africana, como se costuma pensar. Ele vem do tupi, kapueira, e possui dois significados - mato rolo ou roçado ou um cesto ou gaiola para carregar animais e mantimento.
Os historiadores falam sobre o berço da capoeira, que pode ser rural ou urbano.
Uns enxergam seu nascimento no campo, entre grandes plantações de cana e engenhos de açúcar onde as clareiras abertas no mato serviriam de canal para fuga dos escravos e espaços para o lazer

 

Dança do Congo - É uma dança teatralizada que tem lugar na gravana, ao ar livre, realizada durante as festas religiosas e populares. Cada grupo de Dança do Congo é constituído por uma seção musical (três ou quatro tambores, flautas e canzás) e um número variável de figurantes, todos eles hábeis dançarinos: o capitão congo, o logozu, o anju môlê (anjo que morreu), o anju cantá (anjo cantador), o opé pó (figura que executa diversas acrobacias), ulogi o feiticeiro, o zuguzugu (ajudante de feiticeiro), três ou quatro bobos, o djabu (diabo) e dez a dezoito soldados dançarinos.
ÚSSUA - Dança de salão, de grande elegância (uma espécie de mazurka africana), em que os pares são conduzidos por um mestre de cerimônias, ao ritmo lento do tambor, do pito doxi (flauta) e da corneta. Todos os dançarinos usam trajes tradicionais: as mulheres saia e quimono, xale ou pano de manta; os homens trazem chapéus de palhinha e usam no braço uma toalha bordada (que serve para limpar o suor do rosto).
DEXA - Típica da ilha do Príncipe de raízes angolanas. Ao ritmo de um tambor e de uma corneta, diversos pares executam danças de roda. As letras são quase sempre humorísticas, e implicam uma réplica da parte do visado. A dexa é dançada durante horas inteiras, apenas com ligeiras modificações.
PUITA E D'JAMBI - Provavelmente com raízes angolanas, a puita é uma dança fortemente erótica, em que o tambor avança de forma frenética, obsessiva, sensual, pela noite dentro. Homens e mulheres formam filas indianas e, à mistura com alguns semi rodopios, fazem entrechocar os corpos de forma sexualmente explícita. Quando um parente deixa este mundo é de praxe executar-se uma puita em sua homenagem. A falta de cumprimento a este ritual pode ocasionar desventuras na família. Mas a puíta é tocada em muitas outras ocasiões, sendo uma das formas de música mais populares em São Tomé.
BLIGÁ (ou jogo do cacete) - É um misto de dança e jogo lúdico, em que a destreza e o vigor fisico se aliam a uma sofisticada corporalidade e gestualidade que fazem por vezes lembrar certas artes marciais orientais. O bligá (que significa brigar) foi certamente, tal como a capoeira no Brasil, um modo de os escravos exercitarem uma arte de autodefesa sem que as autoridades disso se apercebessem.
SOCOPÉ - Os grupos de socopé são sociedades musicais com estandarte e fardamento próprio, organizadas segundo uma rigorosa estrutura hierárquica, que vai do Presidente aos sócios (os "membros" e as "membras"). As músicas têm um ritmo bastante lento, quase em tom de lamento, e os textos servem na maior parte das vezes para expor os principais problemas da comunidade ou para fazer crítica social ou de costumes.
CABETULA - Estilo de dança executado na região de Luanda em ocasiões festivas mas propriamente no período carnavalesco, por essa razão por vezes é conhecida como a dança do Grupo Carnavalesco União mundo da Ilha.
STLEVA E TLUNDU - O stleva e o tlundu são as únicas representações teatrais musicadas que não acontecem durante a gravana.
SUNGURA - Dança usual entre os povos da região sul de Angola (região do Huambo e Bié), também executada em cerimónias e rituais tradicionais, normalmente dançado em grupo.
DANÇAS DE SALÃO - As danças de salão, mais conhecida por Kizomba, é uma dança executada preferencialmente em festas e cerimoniais, alias, Kizomba significa festa. Começou a ser executado nos Centros Recreativos e Culturais dos subúrbios luandenses e praticado nos primórdios por dançarinos profissionais no tempo colonial (tendo se generalizado nos dias de hoje), provavelmente entre as décadas de 60 e 70.

O tipo de Angola
 

A dança está presente no dia-a-dia das pessoas, seja no vilarejo ou no bosque sagrado ou das florestas. A dança interrompe a monotonia e estrutura do tempo. Assim como uma canção, a dança é uma forma de contar histórias.
 

Veio da Angola e foi trazido pelos escravos negros como passatempo. Seu modo de dança é muito detalhista onde os movimento são efeitos lentamente com um ritmo bem devagar.
Regional
Este foi adaptado pelo brasileiros sendo assim o mais praticando hoje em dia. Seu modo de dança é mais agressivo, sendo comparado muito mais com uma arte marcial do que uma dança.
Capoeira
Tudo começou com uma dança da zebra.
A palavra capoeira não é Africana, como se costuma pensar. Ele vem do tupi, kapueira, e possui dois significados - mato rolo ou roçado ou um cesto ou gaiola para carregar animais e mantimento.
Os historiadores falam sobre o berço da capoeira, que pode ser rural ou urbano.
Uns enxergam seu nascimento no campo, entre grandes plantações de cana e engenhos de açúcar onde as clareiras abertas no mato serviriam de canal para fuga dos escravos e espaços para o lazer

A dança originou-se na África como parte essencial da vida nas aldeias. Ela acentua a unidade entre seus membros. Em sua maioria, todos os homens, mulheres e crianças participam da dança, batem palmas ou formam círculos em torno dos bailarinos. Todos os acontecimento da vida africana são comemorados com dança, nascimento, morte, plantio ou colheita; ela é aparte mais importante das festas realizadas para agradecer aos deuses,uma colheita farta.
As danças africanas variam muito de região para região, mas a maioria delas tem certas caracteristicas em comum. Os participamtes geralmente dançam em filas ou em círculos, raramente dançam sós ou em par. As danças chegam a apresentar algumas veses até seis ritmos ao mesmo tempo e seus dançarinos podem usar máscaras ou enfeitar-se.
 



 

afro-brasileiro‏
 
O Brasil recebeu cerca de 37% de todos os escravos africanos que foram trazidos para as Américas[carece de fontes?]. A quantidade total de africanos subsaarianos que chegaram no Brasil tem estimativas muito variadas: alguns citam mais de três milhões de pessoas[carece de fontes?], outros quatro milhões[1]. O tráfico de negros da África começou por volta de 1550.[carece de fontes?]
Durante o período colonial, os escravos de origem africana ou indígena eram a quase totalidade da mão-de-obra da economia do Brasil, utilizados principalmente na exploração de minas de ouro e na produção de açúcar.[carece de fontes?]
Os homens eram a grande maioria dos escravos traficados, o que afetava o equilíbrio demográfico entre a população afro-brasileira. No período 1837-1840, os homens constituíam 73,7% e as mulheres apenas 26,3% da população escrava. Além disto, os donos de escravos não se preocupavam com a reprodução natural da escravaria, porque era mais barato comprar escravos recém trazidos pelo tráfico internacional do que gastar com a alimentação de crianças[2]. Em relação à grande quantidade de africanos negros que aqui chegaram, a sociedade brasileira têm até poucos de seus genes considerando-se o desequilíbrio que havia entre a quantidade de homens e mulheres, além da maior mortalidade entre a população de escravos[3].
Embora tenha sido proibido por várias leis anteriores, o tráfico internacional de escravos para o Brasil só passou a ser combatido através da lei Eusébio de Queirós de 1850, depois da pressão política e militar da Inglaterra.[carece de fontes?]
A escravidão foi diminuída no decorrer do século XIX com a Lei do Ventre Livre e a Lei dos Sexagenários, mas somente em 1888 foi definitivamente abolida através da Lei Áurea assinada pela Princesa Isabel. O Brasil foi a última nação ocidental a abolir a escravidão.[carece de fontes?]
No final do século XIX e início do século XX, os afro-brasileiros mulatos tiveram uma importante partícipação na produção cultural das elites e na política. Nesta época, viveram escritores como Machado de Assis e Lima Barreto, jornalistas como José do Patrocínio, filósofos como Tobias Barreto[4], políticos como o barão de Cotejipe,[4] e o notável engenheiro André Rebouças[4] que até tornou-se amigo íntimo da família imperial. No mesmo período, um mulato, Nilo Peçanha[4][5][6][7][8], assumiu a presidência da República, e dois outros, Hermenegildo de Barros[9] e Pedro Lessa[9] tornaram-se ministros do STF. Esta característica da sociedade brasileira, que não tem similar em qualquer outra da América, já vinha ocorrendo desde os tempos coloniais em que mulatos como o escultor Aleijadinho, o arquiteto mestre Valentim e o compositor sacro José Maurício Nunes Garcia reproduziam e inovavam as artes aprendidas com europeus.
A participação dos mulatos na vida intelectual e política brasileira diminuiu abruptamente nos meados do século XX enquanto começam a se destacar os descendentes de imigrantes europeus e sírio-libaneses recém-chegados[carece de fontes?]. Por outro lado, simultaneamente, as formas de cultura popular afro-brasileiras começaram a ser aceitas pelas elites brasileiras e até celebradas como as genuinamente nacionais[carece de fontes?]. As formas de música popular e danças afro-brasileiras tornaram-se então predominantes, destacando-se a fama internacional do samba; mestre Bimba apresenta, em 1953, a capoeira ao presidente Getúlio Vargas que a chama de "único esporte verdadeiramente nacional"; as perseguições às religiões afro-brasileiras diminuem e a Umbanda carioca passa a ser seguida pela classe média-branca[10]; escritores e compositores pertencentes à elite branca, como Jorge Amado, Toquinho e Vinícius de Moraes[carece de fontes?] utilizam e celebram as formas musicais e religiões afro-brasileiras; o futebol, esporte inicialmente das elites brancas, passou a ter jogadores negros e mulatos idolatrados por todo país. Chegou-se assim no paradoxo da situação atual em que a cultura afro-brasileira predomina no âmbito popular, mas a participação de afro-brasileiros é pequena na política, na literatura, nas ciências e na produção artística mais erudita das elites brasileiras.[carece de fontes?]

[editar] Origens

O tráfico negreiros classificava os escravos utilizando vários termos como Nagôs, Jejes, Mina, Angolas, Congos e Fulas, os quais se referem mais propriamente à região de origem do que a nações ou culturas. Cada um destes termos inclui, portanto, diferentes etnias. Outra fonte de confusão é que muitas vezes os escravos eram classificados pelo tráfico negreiro de acordo com a língua que falavam ou entendiam como, por exemplo, Nagôs (que entendiam Iorubá) e Haúças (que entendiam a língua haúça, língua comercial espalhada por toda África Central, antigamente chamada de sudanês).[carece de fontes?]
Os africanos mandados para o Brasil são divididos grosso modo em dois grandes grupos: os Bantu e os oeste-africanos.

[editar] Bantus

Os Bantus são descendentes de um grupo etnolingüístico que se espalhou rápida e recentemente desde a atual região de Camarões em direção ao sul, atingindo tanto o litoral oeste quanto o leste da África. Como esta expansão foi recente, as diferentes nações Bantus têm muitos aspectos étnico-culturais, linguísticos e genéticos em comum, apesar da grande área pela qual se espalharam[11].
Os Bantus trazidos para o Brasil vieram das regiões que atualmente são os países de Angola, República do Congo, República Democrática do Congo, Moçambique e, em menor escala, Tanzânia. Pertenciam a grupos étnicos que os traficantes dividiam em Cassangas, Benguelas, Cabindas, Dembos, Rebolo, Anjico, Macuas, Quiloas, etc.
Constituíram a maior parte dos escravos levados para o Rio de Janeiro, Minas Gerais e para a zona da mata do Nordeste[12][13][14].

[editar] Oeste-africanos

Os oeste-africanos provinham de uma vasta região litorânea que ia desde o Senegal até a Nigéria, alem do interior adjacente. A faixa de terra fronteiriça ao sul da região do Sahel, que se estende no sentido oeste-leste atravessando toda a África, é denominada Sudão. Frequentemente, os escravos de origem oeste-africana são chamados de sudaneses, o que causa confusão com os habitantes do atual país Sudão, que comprovadamente não forneceu escravos para as Américas. Além disto, apenas parte dos escravos de origem oeste-africana vieram da vasta região chamada Sudão. Os nativos do oeste-africano foram os primeiros escravos a serem levados para as Américas sendo chamados, nesta época, de negros da Guiné.[14]
Os oeste-africanos eram principalmente nativos das regiões que atualmente são os países de Costa do Marfim, Benim, Togo, Gana e Nigéria. A região do golfo de Benim foi um dos principais pontos de embarque de escravos, tanto que era conhecida como Costa dos Escravos. Os oeste-africanos constituíram a maior parte dos escravos levados para a Bahia